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sábado, 28 de dezembro de 2013

Jesus Cristo: A Verdade — parte final

"Ora, se se prega que Cristo ressuscitou dos mortos, como dizem alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos? E, se não há ressurreição de mortos, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé" (1Coríntios 15:12-14, escrita em torno de 56 d.C.).

Afinal de contas, Cristo ressuscitou ou não? Veja, caro leitor, que vinte e três anos depois de sua crucificação, morte e ressurreição já havia quem negasse que Ele tinha ressuscitado. Essa negativa era fruto da doutrina dos Saduceus, grupo judaico que não acreditava na ressurreição dos mortos (Lucas 20:27), a quem Jesus enfatizara: "Porventura não errais vós em razão de não saberdes as Escrituras nem o poder de Deus?" (Marcos 12:24), acrescentando "que os mortos hão de ressuscitar também o mostrou Moisés junto da sarça, quando chama ao Senhor Deus de Abraão, e Deus de Isaque, e Deus de Jacó." (Lucas 20:37).

Há quem afirme que nas Escrituras a palavra original traduzida por "ressurreição" significava, na realidade para o povo daquela época, "reencarnação". Todavia, tal afirmativa não se sustenta em base bíblica, bastando verificar que todas as vezes em que ela aparece na Bíblia, os contextos não oferecem a possibilidade de ser interpretada como reencarnação, mas simplesmente como ressurreição.

A Bíblia narra que Jesus foi morto, e sepultado, e que no terceiro dia ressuscitou, tendo Ele próprio (o mesmo Jesus antes vivo e, depois, morto) aparecido aos seus discípulos, v.g. Atos dos Apóstolos 1.3, escrito entre 61 e 63 d.C.: "Aos quais também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas, sendo visto por eles por espaço de quarenta dias, e falando das coisas concernentes ao reino de Deus."

Observa-se que Jesus não reencarnou nEle mesmo, o que seria algo impossível até mesmo ao próprio Deus, considerando-se que reencarnar seria a alma (ou espírito) de uma pessoa falecida voltar à vida num outro corpo, formando outra vida desde a  nova concepção. Foi também por conta disso que Jesus ensina Nicodemos a necessidade de nascer de novo (renascer, que não se confunde com reencarnar), e Nicodemos lhe pergunta, espantado, como seria possível, depois de adulto, retornar ao ventre de sua mãe, e Jesus explica a ele que o novo nascimento é por meio da água e do espírito, e não da vontade da carne.

Uma vez que Jesus ensinou sobre renascer da água e do espírito (nascer do Alto) e sobre a ressurreição, tendo Ele mesmo ressuscitado, jamais lecionou a respeito da reencarnação. Assim é que existem religiões ministrando reencarnação a seus adeptos, mas é preciso ficar bem claro aos tais que Jesus nunca ensinou isso, que tal doutrina não é cristã na sua origem, nem mesmo teria sido incorporada ao cristianismo, e nunca foi ministrada a nenhum cristão em qualquer tempo

Portanto, caro leitor, não erre desconhecendo as Escrituras. Nesta época em que se lembra da encarnação de Deus (Natal) entre os homens é importante entender que Ele determinou apenas uma vida aos seres humanos. Honras e glórias a Jesus Cristo, e críticas a mim. 

Antônio Marcos Penna Borges, cristão.

Jesus Cristo: A Verdade — parte 4

"Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito, pois vou preparar-vos lugar. E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós também" (João 14:2-3). 

Ao dizer que na casa do Pai há muitas moradas, Jesus não se referia à re-encarnação (aliás, diga-se, não há nenhuma referência à re-encarnação no Evangelho segundo Jesus Cristo, o qual sigo). Os contextos imediato e mediato do Evangelho informam sobre morte, ressurreição (esta é a tradução correta da palavra grega que João escreveu em seu evangelho) e assunção de Cristo.

Jesus iniciou a preparação dos lugares para seus discípulos nos Céus, a partir de sua crucificação, morte e ressurreição (tornar a mesma pessoa a viver no mesmo corpo físico). Ao ressuscitar e aparecer à Maria, disse-lhe Jesus que ainda não havia subido para o Pai (João 20:17). E ao discípulos falou, pouco antes de ascender aos Céus: "assim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse, e ao terceiro dia ressuscitasse dentre os mortos. E em seu nome se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém"; e na sequência Ele foi elevado aos Céus (Lucas 24:46-47 e 51). 

"E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois varões vestidos de branco [anjos], os quais lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir." (Atos 1:10-11). Aqui, os anjos confirmam o que Jesus havia dito aos discípulos: "virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós também".

A respeito da vinda de Jesus o apóstolo Paulo ensina: "Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem [mortos], para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança. Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem Deus os tornará a trazer com ele. Dizemo-vos, pois, isto pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor." (1Tessalonicenses 4:13-17).

O mesmo Paulo questiona, ainda: "Ora, se se prega que Cristo ressuscitou dos mortos, como dizem alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos? E, se não há ressurreição de mortos, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé" (1Coríntios 15:12-14).

No próximo texto darei continuidade a este assunto, querendo Deus! Honras e glórias a Jesus Cristo, e críticas a mim. 

Antônio Marcos Penna Borges, cristão.

sábado, 7 de dezembro de 2013

Jesus Cristo: A Verdade — parte 3

Mencionei na parte 1 deste assunto que Jesus, por ocasião da última ceia, ensinara a seus discípulos ser Ele o caminho, a verdade e a vida, e que ninguém vai a Deus senão for exclusivamente por Ele. No último texto referi que o caminho, a verdade e a vida são três espaços do templo judaico percorridos pelos judeus para, arrependidos, se achegarem ao Pai, e que representavam o próprio Jesus. 

Na última ceia Jesus já sabe que em breve voltaria para o Pai, motivo pelo qual passa a mostrar aos discípulos que para onde Ele vai [para Deus, nos Céus], eles ainda não poderiam ir [porque não havia lugar preparado nos Céus para eles, bem como eles também ainda não estavam preparados para irem para lá]. Pense na decepção dos discípulos! Não havia nos Céus lugar para eles porque não estavam preparados, não estavam prontos. Como assim? 



Antes de serem discípulos de Jesus, aquelas pessoas eram fieis da religião judaica: conheciam a Lei, seguiam seus rituais, e mesmo assim não havia espaço para eles nos Céus. Em outras palavras, Jesus está ensinando que religião humana, seja ela qual for, não leva ninguém para os Céus por seus próprios rituais, dogmas ou liturgias. Se você, leitor, é um desses religiosos fanáticos, que nasceu numa religião e diz que vai morrer nela, cuidado: você corre sério risco de não ir para os Céus.

Todavia, Jesus anima a seus discípulos, respondendo a Pedro (o mesmo que o negaria três vezes no dia seguinte): "Para onde eu vou não podes, agora, seguir-me, mas, depois, me seguirás. [...]. Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; [...], pois vou preparar-vos lugar. E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós também" (João 13:33-14:1-3). Leitor, não se perturbe em seu coração. Creia em Jesus. Nos Céus,  casa de Deus, há muitas moradas, e uma delas Jesus preparou para ser o teu lugar. E Ele virá te buscar para você estar com Ele, nos Céus.

Ao dizer que na casa do Pai há muitas moradas, Jesus nada referiu sobre re-encarnação [esta, aliás, é uma interpretação pessoal de Hippolyte Léon Denizard Rivail fora do contexto em que a frase foi dita, e "texto fora de contexto é pretexto para heresia"]. No contexto, Jesus disse que voltaria depois de preparar lugar, para levar seus discípulos (Pedro, João, Barnabé, Mateus; eu, você, e outros que crêem nEle). Ele não disse que viria buscar a João Batista porque este supostamente havia sido, em outras vidas, Elias ou Enoque, Salomão, Cleopatra, ou talvez uma mosca. Jesus não ensinou sobre re-encarnação, e sim sobre ressurreição.

No próximo texto darei continuidade a este assunto, querendo Deus! Honras e glórias a Jesus Cristo, e críticas a mim. 

Antônio Marcos Penna Borges, cristão.

(Publicado na edição 374, ano 09, de 6 a 10-12-2013, do Jornal Folha do Iguaçu, página 8).

domingo, 1 de dezembro de 2013

Jesus Cristo: A Verdade — parte 2

Segundo Arthur Schopenhauer, filósofo alemão do século XIX, toda verdade passa por três fases: 1) é ridicularizada; 2) violentamente combatida; 3) aceita como evidente. Alguém aí duvida que Jesus Cristo, a Verdade, enfrentou essas três fases?

O profeta Isaías descreveu a primeira fase, quase setecentos anos antes, assim: "Era desprezado e o mais indigno entre os homens, homem de dores, experimentado nos trabalhos e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum" (Isaías 53:3); o apóstolo Pedro resumiu a segunda fase: "Varões israelitas, escutai estas palavras: A Jesus Nazareno, varão aprovado por Deus entre vós com maravilhas, prodígios e sinais,  [...], tomando-o vós, o crucificastes e matastes pelas mãos de injustos" (Atos 2:22-23); a terceira fase, por sua vez, é aceita pela própria história humana, ao ponto de estar dividida em dois períodos: antes de Cristo e depois de Cristo.

Na última ceia Jesus afirma-se aos seus discípulos como "o caminho, a verdade e a vida" e que ninguém vai ao Pai, senão por Ele (João 14:6). A Bíblia não contém palavras inúteis. Então, entende-se que esses três elementos são tipos do próprio Cristo, e foram escritos [falados] na mesma ordem que o ser humano precisa seguir para se religar [religião] a Deus. Essas três palavras eram bem familiares aos discípulos daquele tempo, pois representavam a sequência exata que eles, enquanto judeus, por intermédio de sacerdotes, seguiam para adentrar no tabernáculo de Moisés (substituído mais tarde pelo Templo de Salomão):

Primeiro, entravam no pátio trazendo um animal para sacrifício pelos pecados no altar do holocausto (este era o caminho do arrependimento de pecados); segundo,  lavavam-se e passavam para o lugar Santo, onde havia luz do candelabro, doze pães e altar do incenso (este era o lugar da verdade); e terceiro, do altar do incenso saía fumaça que passava pelo véu da separação para o lugar Santíssimo, onde a presença de Deus era representada na arca da aliança e onde somente o sumo sacerdote entrava, uma vez por ano (a presença de Deus é o lugar da vida).

Eis aí o caminho, a verdade e a vida que os judeus conheciam para se encontrarem com Deus. Agora Jesus ensina que Ele é o caminho, a verdade e a vida (os três estágios para se religar a Deus), complementando que ninguém vai ao Pai se não for por Ele, e somente por Ele, sem qualquer mediador, intercessor. Foi por isso que na sua morte o véu da separação se rasgou de alto a baixo, indicando que, pela obra da Cruz de Cristo, o ser humano não precisa mais de sacrifícios, nem de sacerdotes para se achegar a Deus, bastando que passe com Jesus Cristo na sua crucificação, morte e ressurreição: pelo legítimo novo nascimento completamente ignorado nas religiões pseudo cristãs.

No próximo texto darei continuidade a este assunto, querendo Deus! Honras e glórias a Jesus Cristo, e críticas a mim. 

Antônio Marcos Penna Borges, cristão.

(Publicado na edição 372, ano 09, de 29-11 a 03-12-2013, do Jornal Folha do Iguaçu, página 7).

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Jesus Cristo: A Verdade — parte 1

Há tempos li em um artigo jurídico que a "verdade é objetiva". Compreendi, então, que subjetiva - individual - é a interpretação que cada um tem da verdade, daí surgirem as diversas verdades quantas são as pessoas no mundo, como referido pelo meu amigo Cláudio Luis Rieiki, na coluna que publica aqui no JFI. Somos indivíduos e, nessa condição, temos nossas próprias impressões sobre fatos e circunstâncias da vida.

Durante seu injusto julgamento, Jesus responde a Pilatos que nasceu também para dar testemunho da verdade, acrescentando que "todo aquele que é da verdade ouve a minha voz" (João 18:37). Insatisfeito com essa resposta, Pilatos insiste perguntando-Lhe: que é a verdade? (João 18:38). Sendo a verdade algo objetivo, nem o "poderoso" Pilates entendia seu real significado; tinha Pilatos suas próprias impressões sobre ela.

Porém Jesus já havia respondido a pergunta de Pilatos, ao dizer aos seus discípulos: "Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim" (João 14:6). Por que Jesus afirmou ser o caminho? Caminho que inicia onde? E vai até onde? Por que Ele disse ser a verdade? A verdade a respeito de quê? Por fim, o Mestre também referiu ser a vida. Mas o que é a vida? Que tipo de vida Jesus é? Quantas perguntas em apenas uma afirmação! As respostas a cada uma delas deverão ser buscadas dentro do mesmo contexto, sob pena de vilipêndio à verdade. E o contexto ocorre na Santa Ceia, quando Jesus, já sabendo que iria voltar para o Pai, vez que era chegada sua hora (Judas Iscariotes estava prestes a traí-Lo), passa a dar as últimas instruções aos seus discípulos, como o "lava-pés", e declara: 

"Filhinhos, ainda por um pouco estou convosco. Vós me buscareis, e, como tinha dito aos judeus: para onde eu vou não podeis vós ir, eu vo-lo digo também agora.  [...]. Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, para onde vais? Jesus lhe respondeu: Para onde eu vou não podes, agora, seguir-me, mas, depois, me seguirás. [...]. Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; [...], pois vou preparar-vos lugar. E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós também. Mesmo vós sabeis para onde vou e conheceis o caminho. Disse-lhe Tomé: Senhor, nós não sabemos para onde vais e como podemos saber o caminho? Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim. Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; [...]. (João 13-14). 

No próximo texto darei continuidade a este assunto, querendo Deus! Honras e glórias a Jesus Cristo, e críticas a mim. 

Antônio Marcos Penna Borges, cristão.

(Publicado na edição 370, ano 09, de 22 a 26-11-2013, do Jornal Folha do Iguaçu, página 9).

Humanos Divinizados — última parte

Apesar de alguns erros de concordância e também de digitação, deixei entender nos quatros textos anteriores que Deus proíbe o homem de fabricar e adorar estátuas; que é Deus quem faria imagens de Si, em cada pessoa nascida viva; que o pecado original fez o ser humano perder a imagem [e semelhança] de seu Criador, além de  fazê-lo separar-se de Deus; separado de Deus e contaminado com o pecado, o ser humano passa a fabricar imagens de outros "deuses".

Há uma teoria histórica apontando para a origem da adoração e fabricação de estátuas de "deuses", assim: as comunidades primitivas viviam em clãs chefiados por patriarcas, que os lideravam em batalhas contra outros clãs. Os patriarcas vitoriosos recebiam devoção enquanto vivos, e quando morriam muitas vezes seus sucessores faziam-lhes preces imprecatórias por proteção e vitórias e, uma vez alcançadas, rendiam-lhes adorações, ofertas e sacrifícios. Daí surgem os "ídolos do lar", para cada clã reverenciar seus próprios patriarcas falecidos, por reconhecerem neles poderes espirituais que os capacitavam interferir no plano material, depois de mortos.

Desse ambiente de adoração a patriarcas que se tornaram "deuses" depois de mortos, que o Senhor Deus retirou um homem (Abrão) da idolatria, a quem se revelou como o Deus único, criador de tudo o que existe, e a partir de quem fez descender-Lhe uma tribo (o clã dos hebreus) para Lhe Adorar com exclusividade na terra prometida ("Disse-lhe mais: Eu sou o Senhor, que te tirei de Ur dos caldeus, para dar-te a ti esta terra, para a herdares" – Gênesis 15:7).

Descendentes de Abrão, pela promessa: Isaque e Jacó. De Jacó, com seus doze filhos, surge o Clã dos Hebreus que desce para o Egito, onde formam uma grande nação ao longo de quatrocentos anos, aproximadamente. Depois, liderados por Moisés, os Hebreus saem do Egito, de retorno à terra prometida ao patriarca Abrão. No trajeto de volta, Deus lhes dá os Dez Mandamentos e diversos preceitos civis, religiosos e sanitários, dentre os quais a proibição de fabricar e adorar imagens (Êxodo 20:4), e consultar e cultuar mortos (Deuteronômio 18:11), que são práticas  abomináveis dos povos ímpios e politeístas.



Nesse sentido transcrevo a seguinte lição de William Macdonald e Brad Hanes, in Suprema Majestade, 1ª edição, Actual Edições, 2012, introdução: "Os ímpios não querem manter o verdadeiro Deus em seu conhecimento. Eles sabem que crer em tal Deus restringiria seu estilo de vida. Então, eles se voltam para a idolatria: fabricam imagens de pessoas, pássaros, animais e cobra e os adoram. Uma vez que cada imagem representa um degrau abaixo na escala da criação, sucede que eles se sentem cada vez menos responsáveis por viver uma vida limpa. Se o deus deles é uma cobra, tanto faz a maneira como vivem. Isso explica o vínculo estreito entre idolatria e imoralidade. Ídolos fabricados por seres humanos não fazem exigências morais aos seus adoradores. Todos nos tornamos parecidos com aquilo que adoramos". Honras e glórias a Jesus Cristo, e críticas a mim. 

Antônio Marcos Penna Borges, cristão.

(Publicado na edição 368 ano 09, de 13 a 19-11-2013, do Jornal Folha do Iguaçu, página 9).

domingo, 10 de novembro de 2013

Humanos Divinizados — parte 4

No final do texto anterior mencionei que Jesus não é um humano divinizado, senão o próprio Deus que se fez homem e, sendo Ele Deus, o homem está proibido de fazer-Lhe imagens. Em outros textos referi que os israelitas (judeus) acreditavam no Deus único, criador dos céus, da terra e de tudo o que existe, sem nunca fazer-Lhe imagens. No tempo de Jesus esse povo sofria influência cultural-religiosa dos romanos que estes, por sua vez, haviam absorvido dos gregos, isto é a religião romana era a religião grega "atualizada" para sua época, com "adaptação" de nomes divinos a sua realidade.

Na época dos Macabeus, os Romanos ajudaram os Judeus a se libertarem dos gregos e, depois disso, aproveitando-se da confiança que tinham, dominaram a Palestina por volta de 63 a.C., e escravizaram os Judeus. Mais tarde, o crescimento do cristianismo trouxe instabilidade político-religiosa àquela região e, consequentemente, aos próprios Romanos, o que levou o general Tito invadir Jerusalém e matar milhares de judeus (inclusive cristãos) em 70 d.C.. Porém quanto maior a perseguição aos judeus, mais aumentavam os cristãos, a ponto de o Imperador Constantino, mais ou menos 250 anos depois, como política pela "paz", agregar o Deus dos judeus (e também dos cristãos) ao seu panteão de "deuses" como o Deus supremo dos romanos, destronando seu antigo deus supremo, Júpiter (o equivalente a Zeus, da Grécia).

Do panteão de "deuses" romanos destacavam-se: Júpiter, rei de todos os deuses; Apolo, deus do sol e patrono da verdade; Vênus, do amor e beleza; Marte, da guerra; Minerva, deusa da sabedoria e conhecimento; Plutão, dos mortos, do mundo subterrâneo; Juno, rainha dos deuses, era a protetora dos matrimônios e das famílias, e dos partos; Diana, deusa da caça, castidade, animais selvagens e luz, ela "obteve de seu pai a permissão para sempre permanecer casta", isto é, virgem; Ceres, deusa da colheita, agricultura; Mercúrio era mensageiro dos deuses e protetor dos comerciante.

Quando Constantino agregou o Deus dos Judeus (e dos cristãos) aos seus "deuses", uma parte da liderança religiosa cristã aceitou isso de bom grado, porém grande parte da Igreja Cristã considerou esse fato um insulto a Deus, e perseguições surgiram aos que não aceitaram a decisão daquele imperador. A Igreja se divide.  A parte que se aliou ao imperador persegue a parte dissidente (ou a parte "protestante" da época), porque se recusara adorar Deus junto com os "deuses" romanos, que nada mais eram do que humanos divinizados (todas as divindades romanas tinham forma de pessoas, porém com "atributos" divinos).

Depois dessa divisão da Igreja a ala "cristã romana" promove adaptações à novel religião do Império Romano, rebaixando os "deuses" a outra categoria "divina", para não serem mais invocados como "deuses", designação que se tornara incompatível com a nova fé sincrética e politeísta praticadas pelos "novos cristãos romanos". Os nomes dos "deuses" também foram alterados, mas com as mesmas atribuições. Essa prática se desenvolveu ao longo do tempo, tendo alcançado nossa época, basta ver a quem são atribuídas honras em cultos comemorativos de colheitas, de proteção a cidades, casamentos, trabalhos, profissões e o mais. Honras e glórias a Jesus Cristo, e críticas a mim. 

Antônio Marcos Penna Borges, cristão.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Humanos Divinizados – parte 3

No texto anterior mencionei que tendo Deus feito o homem a Sua imagem (Gênesis 1:27), seria Ele a fazer imagens vivas de Si mesmo em cada ser humano, não fosse o pecado do primeiro casal (Adão e Eva) levar humanidade toda a perder a imagem do Criador. Mencionei também que o homem, para saciar seu vazio, passou a fabricar seus próprios "deuses" e a representá-los em estátuas de ouro, prata, pedra, madeira e outros materiais, que nada veem, nada ouvem, não cheiram e nem falam (Salmo 113:12-15, Ave). Ainda, referi que os judeus ["autores intelectuais" da Bíblia] nunca fabricaram estátuas que representassem o Senhor Deus.

A fabricação de "deuses" de estátuas nada mais é do que pretender "divinizar" personalidades que viveram entre nós, de modo a incutir no consciente coletivo que determinadas pessoas são "deuses", ou tornaram-se divinas após a morte, por conta de suas vidas santas e piedosas, e assim adquiriram poderes miraculosos que lhes capacitam interceder e intervir na vida de seus adoradores. Isto é um tipo de idolatria: criação de ídolos humanos para receberem adoração, honra e glória como se fossem "deuses". Aqui cabe, perfeitamente, o pensamento ateísta de que não fora um deus o criador dos homens, mas os homens os criadores de deuses.

Como mencionado, os judeus nunca fizeram imagem alguma de Deus. Porém por muitos anos e por diversas vezes tornaram-se politeístas e veneraram estátuas de "deuses" de outros povos, e prestaram culto a elas, ao invés de adorarem exclusivamente ao único Deus; repartiram a adoração devida a Deus com outros "deuses", contrariando as Escrituras que dizem: "Eu sou o Senhor, esse é meu nome, a ninguém cederei minha glória, nem a ídolos minha honra" (Isaías 42:8, Ave).

E em todas as vezes que agiram assim, sofreram danosas consequências: foram atingidos por pestes, passaram fome e sede, tornaram-se escravos de outras nações, a corrupção dominou seus líderes políticos e religiosos (e qualquer semelhança com nossa realidade não é mera coincidência). De outro lado, toda vez que se arrependeram, com confissão individual do pecado da idolatria (adoração a outros "deuses"), o Senhor Deus restaurou-lhes como nação.

Em relação à fé genuinamente cristã a Bíblia esclarece que Jesus Cristo se apresenta como nosso único intercessor ante a face de Deus (Hebreus 9:24), o que é reforçado pelo apóstolo João: "Filhinhos meus, isto vos escrevo para que não pequeis. Mas, se alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo" (1João 2:1). Jesus não é um humano divinizado, senão o próprio Deus que se fez homem. E sendo Ele Deus vindo à terra (João 1:1; 1João 5:20), o homem está proibido de fazer-Lhe imagens. O que passar disso ou é distorção dolosa da Palavra ou é má interpretação das Sagradas Escrituras. Honras e glórias a Jesus Cristo, e críticas a mim.

Antônio Marcos Penna Borges, cristão.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Humanos divinizados — parte 2

No texto anterior mencionei que o culto a imagens é o ponto nevrálgico de fé, apontando que há um grupo de fieis que o aceita e outro que o rejeita; referi ainda, textos de Deuteronômio 4 pelos quais, segundo minha interpretação, o Senhor Deus proíbe a veneração, adoração de imagens. Prosseguindo nessas reflexões, pretendo tratar da imagem de Deus, segundo a Bíblia, a começar do princípio.

 O Livro de Gênesis, escrito por Moisés durante os 40 anos de peregrinação do povo hebreu pelo deserto, conta a origem do mundo; e, em relação à criação do homem, consta assim: "E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou" (1:27). Por que Moisés escreveu que o homem foi criado à imagem de Deus? Foi, dentre outras razões, para distinguir Deus dos "deuses" de outros povos. 

A imagem de Deus seria refletida na terra em cada um dos seres humanos vivos. Já os povos politeístas fabricavam - e ainda fabricam - seus "deuses" nas mais variadas formas, desde minotauro (metade homem, metade boi) a seres alados (homem/mulher com asas), além de inúmeros "astro-deuses" com "poderes" sobre a natureza. Era - e é - em entidades tais, representadas em imagens feitas por artífices (marceneiros, ourives), que as pessoas depositavam suas esperanças, frustrações e conforto, e a quem dedicavam oferendas, sacrifícios (inclusive de crianças) e orações e procissões. 

Na contramão dos povos politeístas, os hebreus adoravam um único Deus: O Criador dos céus, da terra e de tudo que existe, e nunca Lhe fabricaram uma única estátua em Sua homenagem (e veja que para eles seria fácil construir imagens de Deus, pois, sabedores que o homem é imagem de Deus, bastava pegar alguns para "modelos" do Criador). E nunca fizeram isso em obediência ao Segundo Mandamento, que diz: "Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor, teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço misericórdia em milhares aos que me amam e guardam os meus mandamentos" (Êxodo 20:4-6).

Ora, do ponto de vista bíblico, é Deus quem faz imagens vivas de Si mesmo, e o faz em cada ser humano, a partir do primeiro casal. Ao menos esse era o "projeto original". Entretanto, as duas primeiras imagens de Deus na terra (Adão e Eva)  corromperam-se com o pecado e, em consequência, a humanidade perdeu a imagem do Criador, e também Sua semelhança. Depois disso, separado do único Deus o homem, para saciar seu vazio, passou a fabricar seus próprios "deuses" e a representá-los em estátuas de ouro, prata, pedra, madeira e outros materiais, que nada veem, nada ouvem, não cheiram e nem falam (Salmo 113:12-15, Ave). Honras e glórias a Jesus Cristo, e críticas a mim. 

Antônio Marcos Penna Borges, cristão.

(Publicado na edição 363, ano 09, de 25 a 29-10-2013, do Jornal Folha do Iguaçu, página 4).

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Humanos divinizados — parte 1

Numa área "de baixa profundidade, não havia vento forte e o tempo era estável" (Capitania dos Portos de Macapá-AP), pelos menos 17 pessoas morreram afogadas em acidente durante a procissão fluvial do Círio de Nazaré na manhã de sábado, 12-10-2013, com um dos 38 barcos que saíram da cidade de Santana-AP em direção à capital, Macapá, por volta das 7h30, em um percurso de cerca de 20 quilômetros. Durante a procissão os fieis levavam uma imagem do que eles aprenderam a denominar de "Nossa Senhora de Nazaré". 

Culto a imagens: eis o ponto nevrálgico de fé. Para um grupo de fieis constitui veneração (o mesmo que adoração, segundo o dicionário) a personalidades humanas que foram "divinizadas" após a morte, por decretos religiosos; para outro grupo, representa culto a demônios. O tema encerra grandes volumes doutrinários pró e contra, todos apoiados em interpretações das Sagradas Escrituras. Partindo-se do princípio que a Bíblia não contém erros, deduz-se, sem maiores esforços, que um dos dois grupos a interpreta mal e, consequentemente, a pratica de forma errada, contrária à vontade de Deus.

Quem já leu a Bíblia (e eu acredito que você, leitor, já fez isso – até porque o tempo de proibição há muito que acabou, graças a Deus!), percebeu que, sim, Deus mandou construir certas imagens (de querubins, de serpente, de palmeiras). Leitor, preste atenção no verbo: Deus mandou construir algumas estátuas, que serviram ora de adorno, enfeite, ora para representar algo existente no mundo espiritual. Porém, o Senhor jamais mandou que se prestasse culto, adoração, veneração a tais imagens; pelo contrário, Ele proibiu essas práticas, inclusive com pena de destruir os desobedientes. Ao menos essa é a minha interpretação de todos os textos bíblicos, em seus exatos contextos gramaticais, históricos e culturais, que mencionam estátuas, imagens ou figuras, como estes, p.ex, do cap. 4 de Deuteronômio:

"Então o SENHOR vos falou do meio do fogo; a voz das palavras ouvistes; porém, além da voz, não vistes figura alguma. Então vos anunciou ele a sua aliança que vos ordenou cumprir, os dez mandamentos, ..." (12-13); "Guardai, pois, com diligência as vossas almas, pois nenhuma figura vistes no dia em que o SENHOR, em Horebe, falou convosco do meio do fogo; Para que não vos corrompais, e vos façais alguma imagem esculpida na forma de qualquer figura, semelhança de homem ou mulher" (15-16).

"Guardai-vos e não vos esqueçais da aliança do SENHOR vosso Deus, que tem feito convosco, e não façais para vós escultura alguma, imagem de alguma coisa que o SENHOR vosso Deus vos proibiu. Quando, pois, (...) vos corromperdes, e fizerdes alguma escultura, semelhança de alguma coisa, e fizerdes o que é mau aos olhos do SENHOR teu Deus, para o provocar à ira, (...) certamente logo perecereis da terra, (...). E o SENHOR vos espalhará entre os povos, (...). E ali servireis a deuses que são obra de mãos de homens, madeira e pedra, que não vêem, nem ouvem, nem comem, nem cheiram" (23, 25-28). 

Na próxima sexta-feira, querendo Deus, continuaremos. Honras e glórias a Jesus Cristo, e críticas a mim. 

Antônio Marcos Penna Borges, cristão. 

(Publicado na edição 361, ano 09, de 18 a 22-10-2013, do Jornal Folha do Iguaçu, página 11).